26 agosto, quarta-feira, 2020 às 8:17 am
ComentáriosEm nova mediação realizada por videoconferência, na tarde desta terça-feira (25), a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), Ana Luiza Heineck Kruse, apresentou uma proposta para as federações patronais, que representam hospitais públicos, privados e filantrópicos no Rio Grande do Sul, para que todos os trabalhadores sintomáticos e os respectivos contatantes sejam testados para Covid-19.
A magistrada fixou prazo até o próximo dia 2 de setembro, a fim de que os representantes patronais especifiquem a proposta, estabelecendo como serão identificados os trabalhadores sintomáticos e seus contatantes em cada setor de trabalho, para que seja feita uma análise do que efetivamente será praticado em cada uma das unidades hospitalares.
Após o envio para o TRT-4, a proposta será avaliada pelas entidades dos trabalhadores até a nova reunião, agendada para o dia 3 de setembro, às 14h.
Mobilização em defesa da vida
A mediação é resultado de uma ação judicial movida pela CUT-RS e Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do RS (Feessers), com o apoio dos Sindisaúdes filiados, o Sindicato dos Enfermeiros (Sergs) e Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RS), pedindo a testagem de todos os trabalhadores da saúde no Estado.
A audiência ocorreu após manifestação simbólica realizada pelos trabalhadores da saúde, no final desta manhã, em frente ao Palácio Piratini. Usando roupas de enfermagem e máscaras de proteção e respeitando o distanciamento social, sem aglomeração de pessoas, os dirigentes sindicais criticaram a política “de bandeirinhas” do governador Eduardo Leite (PSDB), enquanto o RS já registra 3.161 vidas perdidas e 112.763 pessoas contaminadas pela Covid-19.
Também foram promovidas manifestações em frente aos hospitais São Lucas da PUCRS, Clínicas, Santa Casa e Ernesto Dorneles, em Porto Alegre; São Camilo, em Esteio; e Dom João Becker, em Gravataí.
Quem cuida da vida das pessoas não pode morrer
“Esperamos que os hospitais apresentem uma proposta capaz de iniciar logo os testes para Covid-19, uma vez que já temos milhares de profissionais da saúde afastados e contaminados, além de outros tantos que estão atendendo pacientes e, por falta de testagem, não sabem que se encontram infectados”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. “Quem cuida da vida das pessoas não pode morrer”, destacou.
Os dirigentes sindicais ficaram alarmados com as alegações dos representantes dos hospitais sobre a não testagem para todos, principalmente quanto à falta de recursos financeiros e de estrutura.
Para o presidente da Feessers, Milton Kempfer, “como explicar a falta de dinheiro, se nem mesmo o ajuste de reconhecimento e valorização dos trabalhadores estão querendo dar, mas recebem regularmente dos governos federal e estadual a verba extra para o atendimento da Covid-19”.
Participação
Pelos trabalhadores, além de Amarildo e Milton, participaram o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Alfredo Gonçalves, o presidente do Sindisaúde do Vale dos Sinos, Andrei Rex, a presidente do Sergs, Cláudia Franco, e a procuradora do Coren-RS, Ana Cristina Bellio.
Pela representação patronal, compareceram a Federação dos Municípios do RS (Famurs), a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul), a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS e o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa).
Também estiveram presentes o procurador regional do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), Paulo Eduardo Pinto de Queiroz, as procuradoras do Estado, Andréia Über Espiñosa e Aline Fayh Paulitsch, e a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde, Tani Ranieri.
Clique aqui para ler a ata da mediação.
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Fonte: CUT-RS com Inara Claro – Feessers
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