13 junho, quinta-feira, 2019 às 10:28 pm
ComentáriosSul21 – A série de reportagens do jornal eletrônico The Intercept sobre as entranhas da Operação Lava Jato, já apelidada de Vaza Jato, sem dúvida terá como consequência esclarecer a sociedade brasileira sobre o real conteúdo e as reais motivações de boa parte das ações políticas e judiciais que estiveram nas manchetes nos últimos anos. A riqueza e a extensão do material coletado, segundo Glenn Greenwald , são incomparáveis na história do jornalismo brasileiro.
Uma leitura atenta do que foi revelado em apenas duas oportunidades , domingo 9 e quarta-feira 12 de junho, já dá uma prévia do que virá por aí.
Na primeira série de diálogos, viu-se a importância que os procuradores da Lava Jato e Moro davam à entrevista de Lula às vésperas da eleição. Enorme esforço foi despendido para impedi-la. Não restem dúvidas de que aquela entrevista teria um impacto enorme. Até então não havia um endosso formal , expresso e gravado de Lula à candidatura de Haddad. Um apelo pessoal e emotivo do maior líder carismático do país impulsionaria Haddad na reta final. E foi Luiz Fux quem impediu a entrevista , numa decisão contrária à toda ordem jurídica brasileira.
Na quarta-feira, os novos diálogos revelados mostraram o grau de conluio entre a Lava Jato, Moro e Fux. O Ministro do STF teria se colocado à disposição da Lava Jato “para o que precisassem”. In Fux, we trust, diz Moro.
Será que a ordem de proibição da entrevista de Lula não fez parte desta “ colaboração” entre Fux e a LavaJato?
Aos poucos , o The Intercept vai revelando o que se conforma como uma verdadeira conspiração , um plano coletivo, calculado e sincronizado para impedir um grupo político de vencer as eleições e favorecer seus adversários. E como não imaginar inclusive interferência externa, já que outro diálogo entre Dallagnol e Moro revela que estes se “articulam” com os “ americanos”?
Outro site de jornalismo, o BuzzFeed , cruzou as orientações e conselhos dados por Moro a Dallagnoll nos diálogos revelados com os atos do processos contra Lula e verificou que o MPF seguia à risca o que determinava o juiz, inclusive quanto à desistência de um recurso que este criticara.
Mais uma vez se destaca a coordenação e coerência interna de ações. Um plano articulado.Uma atuação conjunta.
Por isso, o pavor vem batendo em boa parte da elite política e judicial brasileira e seus defensores, Rede Globo à frente, sobem o tom dos ataques. Fica cada vez mais claro que não se tratam de fatos isolados e contatos eventuais. Foi uma conspiração. Quem mais participou? Aguardem-se os próximos capítulos.
Antonio Escosteguy Castro é advogado.
Fonte: Sul21
Ato simbólico de 8 de Março homenageia trabalhadoras da saúde no RS que perderam suas vidas
83% dizem que há machismo no Brasil, mas apenas 11% se consideram machistas
Com explosão de casos de Covid-19, Brasil tem fila de espera por UTIs e faltam até respiradores
Lava Jato jogou no desemprego 4,4 milhões de trabalhadores, afirma CUT
Um dos direitos mais sonegados pelos patrões é o FGTS, aponta balanço do TST
Mulheres repudiam atuação da ministra Damares em manifesto pelo 8 de Março
O gênero feminino na linha de frente: são elas que combatem diariamente a Covid-19