10 novembro, sexta-feira, 2017 às 11:52 pm
ComentáriosEstamos em novembro, mês da consciência negra. No dia 08 de novembro, enquanto realizávamos a atividade de abertura do mês da consciência negra da CUT, uma das notícias mais comentadas em todas as redes sociais era o vídeo mostrando o jornalista William Waack da Globo flagrado fazendo comentários racistas.
Esta gravação havia sido feita há um ano durante as eleições nos Estados Unidos e provavelmente a emissora já tinha conhecimento deste vídeo e nada foi feito. O episódio só veio à tona porque chegou ao grande público após um vazamento o qual resultou no afastamento do apresentador, o que demonstra que a Globo não afastou William Waack porque ele é racista, mas sim porque foi pego sendo racista.
Porém, mesmo tendo o vídeo como prova no comunicado de afastamento a emissora não admite o racismo quando relativiza o comentário dizendo que “ao que tudo indica, de cunho racista”, mais uma vez apresentando o racismo como um deslize de comportamento tentando condenar os que acusaram o jornalista de terem exagerado na dose, afinal foi apenas um “deslize”.
O racismo está vivo e é tão bem aceito por parte da sociedade que questioná-lo soa como um ultraje. Junto a isso, no mundo atual, a mídia reforça a invisibilidade e os estereótipos, tentando desqualificar o debate do racismo retratando nossa luta como uma histeria desnecessária.
Os comentários do jornalista não se devem a um momento de tensão causado pelo barulho das buzinas que poderiam estar atrapalhando a entrevista. Esse comentário é a expressão diária de como o racismo funciona e mais ainda de como funciona o jornalismo da emissora.
Por isso é tão importante estarmos sempre atentos e a luta da CUT contra o racismo se mostra cada vez mais necessária. Precisamos mudar a forma como a sociedade brasileira classifica seus cidadãos. A cor da pele não pode ser usada para tentar diminuir as pessoas. Precisamos denunciar toda e qualquer forma de discriminação e lutar para que o racismo seja eliminado de nossa sociedade.
Maria Julia Nogueira e Rosana Sousa, secretária nacional e adjunta de Combate ao Racismo da CUT
Fonte: CUT Nacional
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