31 outubro, sábado, 2020 às 5:24 pm
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Sul21 - O Ministério Público do Rio Grande do Sul determinou que a placa que estava colocada em frente ao casarão que abrigou um centro de detenção e tortura durante a ditadura militar, conhecido pelo nome de Dopinha, em Porto Alegre, seja recolocada na calçada em um prazo de cem dias.
A promotora Ana Maria Moreira Marchesan, da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, declarou à Gaúcha/ZH que firmou um acordo com a moradora do imóvel que teria retirado a placa e coberto a área com cimento, porque ela estaria avariada e colocando em risco a segurança de pedestres.
Ainda segundo a promotora, a placa deverá ser novamente confeccionada, com o mesmo tamanho e dizeres, com os gastos ficando sob responsabilidade da moradora. A placa dizia:
“Primeiro centro clandestino de detenção do Cone Sul. No número 600 da Rua Santo Antônio, funcionou estrutura paramilitar para sequestro, interrogatório, tortura e extermínio de pessoas ordenados pelo regime militar de 1964. O major Luiz Carlos Menna Barreto comandou o terror praticado por 28 militares, policiais, agentes do DOPS e civis, até que apareceu no Guaíba, o corpo com as mãos amarradas de Manoel Raymundo Soares, que suportou 152 dias de tortura, inclusive no casarão. Em 1966, com paredes manchadas de sangue, o Dopinho foi desativado e os crimes ali cometidos ficaram impunes”.
Instalada no dia 12 de agosto de 2015 em frente ao casarão localizada na rua Santo Antonio, número 600, a placa foi uma iniciativa do projeto Marcas da Memória, criado por meio de uma parceria entre o Movimento de Justiça e Direitos Humanos com a Prefeitura de Porto Alegre para identificar locais onde ocorreram violações de direitos humanos durante a ditadura.
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Placa colocada em frente ao Dopinha para denunciar crimes da ditadura é coberta com cimento
Fotos: Luiza Castro – Sul21
Fonte: Sul21
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