15 junho, sábado, 2019 às 4:15 pm
Comentários247 – O desmonte público da farsa da Lava Jato liquida não apenas os efeitos da guerra das leis levada a cabo por juízes-militantes como perseguição política, mas também da chantagem sobre a sociedade brasileira, de que estavam lutando contra a corrupção. Vivemos sob a chantagem de que o país estava liquidando a corrupção, de forma implacável, para o que o país devia submeter a todo tipo de arbitrariedades.
Como o inimigo seria muito poderoso – sempre a farsa trumpesca de inventar inimigos e dar-lhes uma dimensão monstruosa -, seria necessário agir com todos os meios, legais ou ilegais, para enfrenta-lo. De que as delações premiadas seriam um instrumento indispensável e decisivo. Se autorizava a perseguição ao PT e ao Lula, que teriam sido instrumentos para o assalto ao Estado.
Tudo o que o Brasil havia vivido durante os governos do PT seriam apenas cobertura para o assalto ao Estado. Até a ilegalização do PT foi considerada, por ter vivido às custas do assalto ao Estado. A Petrobrás seria apenas uma ponta de lança desse assalto ao Estado. A historia do Brasil teria que ser reescrita nessa ótica.
Os brasileiros foram submetidos a uma gigantesca chantagem, forjada pela Lava Jato e instrumentalizada pela velha mídia: ou aceitavam tudo o que a Lava Jato fazia ou eram coniventes com a corrupção.
O próprio STF se deixou levar por essa chantagem, acovardado diante de qualquer acusação da mídia de que seriam complacentes com a corrupção. Mesmo no campo popular, alguns se deixaram levar pela ideia de que o PT teria se deixado levar pela corrupção e deveria ser não apenas punido, mas derrotado e ate liquidado como partido.
E tudo era uma imensa farsa, como o Lula sempre denunciou, junto a todos os setores que não se deixaram levar por essa gigantesca operação. Uma operação monstruosa que levou a tirar o PT do governo, a avançar sobre o patrimônio publico, para entrega-lo, a preços de banana, a empresas privadas estrangeiras. A tirar todos os direitos dos trabalhadores. A congelar os direitos dos trabalhadores, a destruir as politicas sociais que garantiam direitos elementares a toda a população. A liquidar a imagem do Brasil no mundo como um pais soberano.
Era indispensável, para isso, reverter a imagem do PT, da Petrobras, do Lula, do próprio Brasil. O PT deixou de ser o partido da ética na política, para ser o partido vinculado estruturalmente à corrupção. A Petrobras teria deixado de ser a mais importante empresa brasileira, para ser um antro de corruptos.
O Lula teria deixado de ser o mais importante líder politico brasileiro e da esquerda mundial, para ser a cabeça de uma quadrilha que teria nascido para assaltar o Estado brasileiro. O Brasil não estaria passando por um período de reconhecimento dos direitos sociais de todos, para simplesmente estar tendo seu Estado assaltado por um partido de esquerda.
E tudo foi uma imensa farsa. Que o Lula e a esquerda sempre denunciaram, mas que parecia sobreviver, com a imagem dos justiceiros que colocavam grandes empresários corruptos na cadeira, os fazia delatar o Lula e o PT e assim passavam o Brasil a limpo.
Moro aparecia como uma imagem incorruptível, saudado nos EUA, que prendeu o Lula e mudou a historia do Brasil. Impediu que a vontade majoritária do povo brasileiro recolocasse o Lula na presidência do Brasil, o que só poderia ser feito forjando um processo fajuto, que o acusasse, o tomasse preso, o condenasse à prisão sem provas e o impedisse de ser candidato a ser eleito de novo presidente do Brasil.
E foi tudo uma farsa, fabricada por juízes que agiram como partido politico, como gangue infiltrada no Judiciário, que desatou a mais brutal guerra de leis (lawfare) contra o Lula, contra o Brasil soberano, contra a sociedade menos injusta que estava sendo levada a cabo sob os governos do PT.
Foi uma ação do crime organizado, que se apropriou do Judiciário, depois do governo, com o beneplácito da velha mídia, do próprio Judiciário, da cabeça de parte dos brasileiros, para destruir a democracia que vínhamos construindo e falsificar a nossa historia, impedir que a vontade democrática do povo brasileiro se impusesse.
São farsantes, meliantes, corruptores da democracia, que tem que ser processados, acusados, condenados e presos. Sua obras nefasta tem que ser destruída, os caminhos a que levaram o Brasil mediante uma farsa tem que ser refeitos. O governo produto dessa monstruosa operação tem que ser anulado, as eleições, manipuladas por mecanismos fajutos, que o Judiciário deixou passar, apesar das provas claras da manipulação via whats 'up, com nomes dos empresários que as financiavam, canceladas.
A verdade começa a prevalecer, mas ela só será completa se com ela prevalecer também a democracia. Na ditadura nao ha verdades, so mentiras. Na democracia tem que prevalecer a verdade, a justiça, as leis, a vontade popular.
O STF tem a possibilidade, derradeira, de reivindicar seu papel de garantia das leis. Pode comandar o processo de passar a limpo a farsa da Lava Jato e liquidar tudo o que decorreu dela. Os militares que entraram no governo e as FFAA podem continuar a se situar do lado dessa imensa farsa e da corrupção da democracia, ou deixar de compactuar com ela.
Para começar, a condenação do Lula e todos os processos contra ele tem que ser cancelados, Lula deve ser solto imediatamente, e todos os que foram agentes ou coniventes com a condenação e a prisão do Lula, devem pedir desculpas publicamente, independentemente de que tenham que responder por processos. A velha mídia tem que ser definitivamente desmascarada, por ter deixado passar tantas mentiras, por ser complacente com elas, por ter difundido falsidades, por ter tentado destruir a imagem do Lula e do próprio Brasil.
O Brasil viveu vários anos sob a chantagem de uma farsa, de uma mentira, de uma monstruosa e gigantesca operação de destruição do pais e do seu grande líder. É a hora de passarmos o pais a limpo, de fazermos triunfar, junto com a verdade, a democracia e o Lula Livre!
Emir Sader é colunista do Brasil 247 e um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros
Fonte: Brasil 247
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