Blog do Moisés Mendes - Admito hoje que fui duro demais com Nelson Teich, que aparece no vídeo da reunião do dia 22 de abril sentado ao lado de Ricardo Salles.
Como mostra a foto, p ministro do Meio Ambiente aconselhava Bolsonaro a fazer o serviço sujo em várias áreas – pensando, claro, na destruição da Amazônia, com mudanças em leis ambientais, para aproveitar o bom momento – e Teich ouvia, às vezes olhava o sujeito ao seu lado.
Salles dizia que Bolsonaro deveria se dedicar à destruição de normas ambientais, porque a imprensa estava prestando atenção à pandemia. Era preciso “ir passando a boiada”.
Mas era preciso passar a boiada e mexer em tudo, e não só na rua área, “simplificando” normas do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), do Ministério da Agricultura e do “ministério disso e daquilo”.
Peço desculpas a Nelson Teich porque fui um dos primeiros a identificá-lo como a expressão da morte dentro do governo.
Cometi o erro de associar a sua figura sombria ao que ele poderia vir a ser por ter aderido a um governo de fascistas que preferiu se aliar à peste.
Mas Nelson Teich é apenas mais um sujeito de direita, um médico da área empresarial, sem conhecimento de saúde pública, que se meteu com os Bolsonaros e não conseguiu ser um bolsonarista.
Teich pode ser atrapalhado e incompetente. Pode representar os planos privados, os vendedores de equipamentos e os interesses de quem apenas explora o serviço público.
Mas não se revelou mais um bandido ao lado de Bolsonaro. Tanto que saiu do governo por ter contrariado tudo que Bolsonaro queria que ele fizesse.
O criminoso, o destruidor, estava ao seu lado na reunião do dia 22, como mostra o vídeo divulgado hoje.
Teich parecia um cara assustado, com um olhar enviesado em direção a Salles, a cabeça baixa. Não há no vídeo nada que favoreça, mas também que desmereça Teich. Não sei de nada que possa ser desabonador a respeito do médico que não aguentou o tranco..
Mas há a reafirmação de quem é Salles. É o cara sem escrúpulos que, enquanto a pandemia se alastra, aconselha Bolsonaro a tirar proveito do “momento de tranquilidade” em que o único assunto que interessava aos jornalistas era a cobertura do horror.
Por isso peço desculpas a Nelson Teich. Naquela reunião de bandidos, fica claro que o criminoso e um dos maiores representantes da morte no governo de Bolsonaro é Ricardo Salles.
Moisés Mendes é jornalista, autor do livro “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero Hora, de Porto Alegre.
Foto: Reprodução
Fonte: Blog do Moisés Mendes
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